VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA E SUAS PERSPECTIVAS NA RELAÇÃO DE GÊNERO
Palavras-chave:
Gênero, Humanização, Maternidade, Violência Institucional.Resumo
Introdução: O processo do parto é considerado um momento de muitas modificações na vida de uma mulher, podendo levar a um sentimento de vulnerabilidade, solidão e medo. A relação de poder fornecida pela hierarquização da assistência tem sido um grande motivo para intensificar esse tipo de sentimento na gestante, além disso, esse mesmo também tem sido visto como um fator de violência institucional/obstétrica. Objetivo: Analisar a violência obstétrica numa perspectiva de gênero, além de avaliar como a humanização da assistência ao parto e nascimento contribui para uma mudança nesse contexto. Métodos: Para isso foi realizado uma revisão bibliográfica da literatura, baseada em artigos científicos extraídos da base de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo), Medline e Lilacs além dos livros e revistas científicas desencadeando três marcos teóricos: a violência institucional, uma relação de gênero e o processo da humanização. Resultados: Os resultados evidenciaram que as questões de gênero, enquanto posicionamento sociais vêm influenciando na perda de autonomia da gestante, favorecendo a violência obstétrica e o uso abusivo de intervenções. Conclusão: Faz-se necessária uma mudança no modelo assistencial e um investimento no processo de informatização das gestantes para o empoderamento das mesmas com objetivo de fazê-las protagonistas desse momento tão importante.
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